Grupo Boca-Preta mostra capacidade de mobilização, apesar de cenário desfavorável
- Jason Lagos
- 16 de nov. de 2023
- 2 min de leitura

O tradicional grupo Boca-Preta tem demonstrado, nas últimas semanas, uma boa capacidade de mobilização popular, apesar do cenário desfavorável, tendo em vista os resultados das eleições de 2020 e 2022.
Na última disputa municipal, os Azuis ficaram em terceiro lugar, com o grupo Verde, estreante na política local, ficando em segundo e o Vermelho, capitaneado pela dupla Fábio e Helinho Aragão, em primeiro.
Em 2022, na eleição para deputado estadual, as posições se mantiveram, com o agravante de ter havido uma diferença maior na votação dos candidatos locais. Diogo Moraes foi o mais votado, com 13.402 votos, seguido por Allan Carneiro, com 9.572 votos e Edson Vieira, com 8.588 votos.
O único alento do grupo Boca-Preta, em 2022, foi a vitória da chapa Miguel Coelho/Alessandra Vieira em Santa Cruz do Capibaribe, na disputa pelo governo do Estado.
O retorno de Edson Vieira à Alepe, no bojo das negociações que redundaram na aliança entre o prefeito do Recife João Campos e o ex-candidato a governador Miguel Coelho, reanimou os Azuis em Santa Cruz do Capibaribe. Desde então, o grupo tem promovido com sucesso as tradicionais "malas", reuniões informais das quais participam políticos, militantes e eleitores.
A estratégia de organizar as "malas" tem sido replicada pelo grupo Verde, embora com um nível menor de participação popular. Já o grupo Vermelho, hoje no comando do Poder Executivo, tem feito poucas movimentações do tipo.
Apesar de aberto a alianças políticas com outros atores da oposição, o grupo Azul não tem conseguido avançar nessa direção. A recente aproximação com a principal figura da Direita santa-cruzense, o empresário Robson Ferreira, majoritário localmente na disputa para federal em 2022, entrou no "modo hibernação", após a decisão da cúpula estadual do PL em marchar com Allan Carneiro em 2024.
Sem perspectivas de aliança, pelo menos no curto prazo, o grupo Boca-Preta decidiu pelo caminho da mobilização interna, investindo nas tradicionais "malas". A estratégia vem dando certo, embora não seja capaz de alavancar o grupo eleitoralmente, sem as desejadas alianças políticas.




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