Governo Lula enfrenta pressão rumo ao centro após resultado da eleição
- Jason Lagos
- 29 de out. de 2024
- 2 min de leitura

Aliados do presidente Lula (PT) e integrantes do governo federal apostam que a atual gestão deverá fazer um movimento em direção ao centro, como resultado do segundo turno das eleições municipais e seguindo o apelo de líderes que integram a base governista.
A leitura é que o pleito municipal deixou claro que o país buscou fugir da polarização entre direita e esquerda e acabou fortalecendo os partidos de centro, como PSD, MDB e União Brasil, que agora ganham poder de barganha para exigir mudanças de rumo como condição para seguirem no governo e se alinharem em 2026.
Com a gestão Lula sob pressão, a lista de reivindicações de integrantes dessas siglas inclui a influência sobre uma esperada reforma ministerial nos próximos meses, a solução de problemas que emperram a liberação de emendas parlamentares, mudanças na articulação política e a adoção de uma posição mais clara sobre a política econômica do governo.
Além disso, aconselham que o governo deixe de lado, por enquanto, a agenda mais identitária, de esquerda, para evitar ruídos.
O resultado do segundo turno ressaltou a fragilidade dos partidos de esquerda e centro-esquerda, que compõem a base mais ideológica do governo Lula.
No cômputo geral de cidades conquistadas, a maioria das legendas de esquerda diminuiu a sua representação. O PV caiu de 45 para 14; a Rede de 6 para 4; o PC do B de 46 para 19; o Cidadania de 142 para 33; o Solidariedade de 138 para 63 e o PDT de 320 para 151. O PSB teve um crescimento razoável, de 257 para 312, enquanto o PT foi de 184 para 252.
No outro espectro político, todos os partidos considerados como direita e centro-direita tiveram crescimento no número de prefeituras. O PP foi 698 para 752; o União foi de 568 para 591; o PL foi de 351 para 517; o Republicanos foi de 214 para 440 e o Novo passou de 1 para 19, tendo o maior crescimento percentual no campo da direita.
O centrista MDB foi 802 para 864, enquanto o PSD, do mesmo espectro político, saltou de 662 para 891 prefeituras, tornando-se o partido a comandar o maior número de governos municipais a partir de janeiro de 2025.




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