Governo de Cuba cancela desfile do 1.º de Maio em Havana por falta de gasolina no país
- Jason Lagos
- 1 de mai. de 2023
- 2 min de leitura

O grande desfile do 1.º de Maio em Havana, promovido pelo Governo cubano durante décadas como a maior demonstração de apoio popular à revolução de 1959, foi cancelado este ano, à última hora, devido à escassez de combustíveis na ilha.
Por conta do cancelamento dos desfiles, o Dia do Trabalhador foi assinalado com marchas de pequenas dimensões nos vários municípios da ilha, para que os cubanos pudessem se deslocar a pé para os locais das comemorações.
No passado, centenas de milhares de pessoas reuniam-se na capital de Cuba, todos os anos, para desfilarem em direção à famosa Praça da Revolução, com os manifestantes chegando a Havana de todo o país em veículos disponibilizados pelo Governo.
É a primeira vez, desde 1959, que o desfile do 1.º de Maio em Havana é cancelado por razões econômicas. A marcha foi suspensa em 2020 e em 2021, por causa da pandemia, mas regressou em 2022, quando já se percebia o início da atual crise de combustíveis.
Segundo o Governo cubano, o país está recebendo apenas dois terços do petróleo necessário, após cortes nas exportações dos fornecedores estrangeiros, que também estão atravessando “uma situação energética complexa”, disse o Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.
A explicação da quebra nas exportações dos fornecedores é vista como uma referência indireta à Venezuela.
Segundo Jorge Piñon, professor na Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos — onde lidera o programa de Energia e Ambiente na América Latina e nas Caraíbas —, Cuba é vítima da queda de 50% nas exportações de petróleo da Venezuela na última década.
De acordo com matéria publicada no jornal El País, o desfile foi cancelado depois de protestos nas redes sociais, com parte da população criticando os gastos num país onde a venda de gasolina já começou a ser racionada, e onde as pessoas têm de permanecer durante dias em filas nos postos de combustível.
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