GM vê piora na venda de carros até 2024 e comunica a funcionários necessidade de reestruturação
- Jason Lagos
- 20 de set. de 2023
- 2 min de leitura

A General Motors (GM) levou a funcionários de suas fábricas paulistas a necessidade de iniciar um plano de reestruturação, em razão da piora na expectativa de vendas não apenas ao restante do ano, mas também para 2024.
A primeira tentativa da montadora de abrir um programa de demissões voluntárias foi, no entanto, rejeitada na semana passada em assembleias realizadas por trabalhadores das fábricas de automóveis em São Caetano do Sul e São José dos Campos, assim como em Mogi das Cruzes, onde a montadora produz componentes.
A intenção da empresa era abrir o PDV na última segunda-feira, 18, deixando o programa aberto a adesões do maior número possível de empregados até terça-feira da semana que vem, 26.
O programa seria voltado a funcionários com no mínimo sete anos completos de casa das áreas de produção e de suporte à manufatura. Além das verbas rescisórias previstas em lei, a montadora ofereceu oito opções de incentivos ao desligamento voluntário.
Essas opções variavam de 21 meses de plano de saúde, sem pagamento de salário adicional, a sete salários adicionais, sem cobertura de plano médico. Ou seja, quanto maior fosse o número de salários, menor seria o tempo em que o funcionário estaria protegido pelo plano de saúde após deixar a montadora.
Segundo informações dos sindicatos de São Caetano, onde a GM produz os modelos Montana, Spin e Tracker, e de São José dos Campos, de onde saem a picape S10 e o utilitário esportivo TrailBlazer, ainda não foi marcada uma nova reunião para discutir medidas de readequação das fábricas.
A movimentação da GM acontece após os descontos patrocinados pelo governo nas vendas de automóveis proporcionarem um alívio apenas temporário à indústria automotiva.
Em comunicado no qual apresenta argumentos para a realização do PDV, a GM alega que a atual demanda do mercado requer que a empresa realize um plano de reestruturação para adequar sua mão de obra ao volume de produção previsto.
Ao contrário dos últimos anos, quando a produção foi freada pela falta de componentes eletrônicos, a montadora reconhece que o problema passou a ser a retração das vendas, como reflexo dos juros altos.
Sem citar a Argentina, que tem eleição daqui a um mês, a GM também citou dificuldades de exportação a outros países da América do Sul em virtude de incertezas econômicas e políticas.
Créditos: Estadão
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