Equipe de Haddad procura Tesouro americano e é informada que tarifaço está com a Casa Branca
- Jason Lagos
- 24 de jul.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, procurou, por intermédio de sua assessoria, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, para negociar, diante da ameaça dos Estados Unidos de aplicar sobretaxa de 50% sobre produtos importados do Brasil.
Em resposta, a equipe de Bessent informou, no entanto, que o caso brasileiro está a cargo da Casa Branca. Com isso, os canais formais de negociação entre o governo brasileiro e o americano seguem fechados.
Segundo relato feito pelo próprio Haddad a integrantes do governo Lula, essa iniciativa da Fazenda aconteceu na segunda-feira (21).
Na noite desta quarta-feira (23), Haddad disse a jornalistas estar em contato com a equipe técnica do Tesouro americano. “Nós estamos fazendo tentativas de contatos reiterados, mas há uma concentração de informações na própria Casa Branca em relação a esse tema”, afirmou.
Na semana anterior, o vice-presidente Geraldo Alckmin também buscou interlocução com a Secretaria de Comércio americano, tendo conversado diretamente com o secretário Howard Lutnick, obtendo a mesma resposta.
Os americanos sinalizaram ao governo Lula (PT) que as tratativas só devem caminhar a partir de uma autorização do presidente Donald Trump para a abertura de canal oficial de diálogo. Integrantes do Palácio do Planalto dizem ter a informação de que não há previsão de uma resposta às iniciativas do governo brasileiro.
Haddad não descartou a possibilidade de um acordo com os americanos antes de 1º de agosto, mas ressaltou que é preciso sentar à mesa para que haja algum avanço. No entanto, com o diálogo interditado nos canais formais, integrantes do governo começam a duvidar de um desfecho a tempo hábil de reverter a aplicação da sobretaxa em 1º de agosto.
Nas conversas informais mantidas com os EUA, o governo brasileiro tem admitido a possibilidade de negociação sobre questões comerciais, como o caso do etanol, mas reafirmado que a soberania brasileira não está à mesa.
O governo brasileiro descarta hipótese de interferência no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e participantes dos atos de 08 janeiro de 2023, reiterando respeito à independência do Judiciário.
Fontes do Planalto afirmam que o presidente Lula aceitaria ligar para Donald Trump, mas só se o assunto ficar restrito a questões comerciais.
Enquanto isso, os diálogos seguem com o empresariado. Nesta quarta-feira, o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin se reuniu com o setor farmacêutico. O Brasil avalia quebrar patentes de remédios dos Estados Unidos para fabricá-los aqui.
Aliados do presidente Lula lembram que os EUA não estão respondendo às correspondências enviadas pelos brasileiros. O próprio Alckmin tem repisado em suas falas que cartas foram enviadas ao governo americano desde o dia 16 de maio, sem que houvesse resposta.
Créditos: Folha SP e Band News




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