Em Israel, Tarcísio Freitas e Ronaldo Caiado devem visitar local atacado pelo Hamas e conversar com sobreviventes
- Jason Lagos
- 12 de mar. de 2024
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Convidados pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a visitar Israel, os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), devem ter ao menos cinco dias de agenda oficial no país do Oriente Médio, entre os dias 18 de 22 de março.
A programação inclui visita ao local onde o Hamas cometeu ataques durante um festival de música eletrônica, em 7 de outubro, além de conversa com sobreviventes à ação terrorista. Eles também devem ser levados ao Museu do Holocausto.
Os governadores vão ser reunir com o presidente Isaac Herzog e com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Há ainda a possibilidade de uma visita ao centro de inteligência e estratégia das Forças de Segurança israelenses.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também foi convidado. Mas recusou, alegando já ter compromissos programados para o período.
O início da visita oficial dos governadores está marcado para o dia 18, justamente quando se completará um mês da polêmica declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, ao criticar a ofensiva de Israel em Gaza, o petista citou o holocausto.
“O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse a jornalistas durante viagem à Etiópia.
A declaração desencadeou uma crise diplomática. Lula foi declarado persona non grata, e o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, foi chamado de volta pelo presidente. Ainda não há previsão para o retorno do diplomata, o que indica que a relação entre os dois países segue estremecida.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também recebeu o convite de Benjamin Netanyahu, mas ele está proibido pela Justiça de deixar o paio. Seu passaporte foi retido em fevereiro, quando foi alvo da operação da Polícia Federal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado.
O convite de Netanyahu a Bolsonaro e a governadores de direita foi considerado por integrantes do governo brasileiro como mais um capítulo da provocação israelense ao presidente Lula.
A carta-convite de Netanyahu a Bolsonaro é datada de 26 de fevereiro, o dia seguinte ao ato do ex-presidente na Avenida Paulista, em São Paulo. O primeiro-ministro menciona o episódio e agradece ao ex-presidente por ter portado uma bandeira do Estado de Israel.
“Você demonstrou sua solidariedade ao povo e ao Estado de Israel, agitando orgulhosamente a bandeira israelense num comício em São Paulo”, escreveu Netanyahu.
“Esta foi uma rejeição clara e moralmente sólida às acusações ultrajantes de seu sucessor contra as operações das Forças de Defesa de Israel em Gaza”, acrescentou.
Jair Bolsonaro irá solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para ter seu passaporte internacional liberado, a fim de atender o convite do premiê de Israel.
CNN Brasil




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