Eduardo Bolsonaro enfrenta dificuldades na busca por partido que viabilize sua candidatura a presidente
- Jason Lagos
- 30 de set.
- 3 min de leitura

Na busca por um partido que o apoie em sua candidatura presidencial de 2026, Eduardo Bolsonaro (SP) se depara com forte resistência das principais siglas de centro-direita. O deputado, que se encontra em conflito com o PL, precisa superar desafios significativos para viabilizar sua proposta.
Partidos como União Brasil, PP, Republicanos e Novo já definiram suas estratégias e tendem a apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, caso ele decida concorrer ao Planalto. O PRD, uma opção para Eduardo, enfrenta a resistência do Solidariedade, que não apoia Bolsonaro e é liderado por Paulinho da Força. “Além disso, é preciso saber em que condição jurídica estará o Eduardo no ano que vem”, destaca Marcus Vinicius Ferreira, presidente do PRD.
Outras alternativas incluem o Avante, embora isso dependa da saída do deputado André Janones, que tem ligações com o lulismo. Partidos menores, como o DC e o PRTB, também apresentam resistências, complicando ainda mais o cenário para o deputado. O PMB, que já teve filiados de direita, acabou se aproximando da esquerda, o que torna a situação ainda mais difícil para Eduardo.
Além das dificuldades partidárias, a questão da elegibilidade de Eduardo está em aberto, uma vez que ele pode ter seus direitos políticos cassados devido a processos judiciais em andamento. A denúncia da Procuradoria Geral da República por coação no processo do golpe adiciona um elemento de incerteza à sua candidatura. Caso consiga se candidatar, poderá fazê-lo à distância, já que a legislação eleitoral não proíbe essa possibilidade.
Nesta segunda (29), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), esteve com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar. Ele chegou ao condomínio onde Bolsonaro mora em Brasília às 13h38. Saiu às 16h19. O encontro durou 2h41. Ao sair, Tarcísio disse que não será candidato a presidente da República e que deseja concorrer em 2026 a mais 4 anos no Palácio dos Bandeirantes.
Em mensagem enviada a um interlocutor na última semana, o governador explicou que tentar mais 4 anos no Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, era o “caminho mais apropriado”.
O anúncio da não candidatura de Tarcísio a presidente deverá estimular ainda mais Eduardo Bolsonaro a se cacifar para a disputa. Ao mesmo tempo, partidos de centro-direita, como o PP e União Brasil, que anunciaram recentemente afastamento do governo Lula, poderão reavaliar a situação.
Antes decididos a desembarcar da base governista para aderir a uma candidatura de Tarcísio de Freitas, integrantes do centrão agora admitem desacelerar o movimento, à espera de novos lances da política nacional.
Pesa para essa reavaliação a incerteza sobre a disposição de Tarcísio para um confronto com o presidente no ano que vem, além dos rachas internos que marcam a direita sobre quem apresentar como candidato adversário do petista em 2026, diante da inelegibilidade de Jair Bolsonaro.
A articulação de um encontro entre Lula e o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, seria uma amostra dessa nova fase que o governo atravessa. Políticos procuraram o dirigente partidário e o Palácio do Planalto numa tentativa de distensionar o clima.
Estariam atuando nesse movimento nomes como os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e do PT, Edinho Silva. A expectativa, segundo pessoas a par das conversas, é que uma reunião entre os dois aconteça nos próximos dias.
Um integrante da cúpula do União Brasil diz que há disposição para o diálogo. Ele reconhece que uma ruptura total da sigla com o Executivo não é vantajosa para nenhum lado. Nesse cenário, não está descartada a possibilidade de recuar da decisão de proibir filiados de permanecerem no governo.
Créditos: Folha de SP e Poder360




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