Eduardo Bolsonaro diz que viagem de senadores aos EUA está 'fadada ao fracasso'
- Jason Lagos
- 23 de jul.
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O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) divulgou nesta terça-feira, 22, uma nota pública em que critica a iniciativa de um grupo de senadores que pretende visitar os Estados Unidos para tratar da nova tarifa de importação imposta pelo governo Trump. Segundo ele, a comitiva não tem qualquer autorização para falar em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Diante da formação de uma comitiva de senadores brasileiros que pretende vir aos EUA para tratar da Tarifa-Moraes imposta pelo presidente Trump, registro de forma categórica e inequívoca que tais parlamentares não falam em nome do Presidente Jair Bolsonaro”, declarou o deputado.
Eduardo acusou o grupo de tentar postergar debates internos no Brasil. “Essa iniciativa me parece seguir o padrão de sempre: políticos que visam a adiar o enfrentamento dos problemas reais, vendendo a falsa ideia de uma ‘vitória diplomática’ enquanto ignoram o cerne da questão institucional brasileira”, criticou.
Na avaliação do deputado, a tentativa de interlocução com autoridades norte-americanas ignora os requisitos previamente indicados pelos EUA. “Trata-se de um gesto de desrespeito à clareza da carta do Presidente Trump, que foi explícito ao apontar os caminhos que o Brasil deve percorrer internamente para restaurar a normalidade democrática”, escreveu.
Segundo Eduardo, qualquer tratativa com o governo norte-americano deveria ser precedida por ações internas voltadas à retomada das liberdades fundamentais no Brasil. “Buscar interlocução sem que o país tenha feito sequer o gesto mínimo de retomar suas liberdades fundamentais – como garantir liberdade de expressão e cessar perseguições políticas – é vazio de legitimidade.”
O deputado ainda mencionou a presença de parlamentares ligados ao Partido dos Trabalhadores na comitiva como fator agravante. “O constrangimento se agrava com a presença de senadores ligados ao partido de Lula, político que sistematicamente adota posturas hostis aos EUA.”
Ao final da nota, Eduardo reafirma sua oposição à viagem, “fadada ao fracasso”, segundo ele. “Confesso até simpatizar com a ideia de que venham: não por acreditar que terão sucesso, mas porque poderão constatar que aquilo que eu e Paulo Figueiredo temos dito – não há sequer início de discussão sem anistia ampla, geral e irrestrita!”
A nota é acompanhada de um vídeo do jornalista Paulo Figueiredo, que lista os nomes dos senadores que solicitaram reuniões em Washington. Ele cita Nelsinho Trad (PSD-MS), Tereza Cristina (PPMS), Jaques Wagner (PT-BA), Fernando Farias (MDB-AL), Marcos Pontes (PL-SP), Esperidião Amin (PP-SC), Rogério Carvalho (PT-SE) e Carlos Viana (Podemos-MG).
Segundo Figueiredo, “não vão conseguir reuniões de alto escalão”. Ele prevê que, na melhor das hipóteses, a delegação será recebida por autoridades de baixo escalão ou ouvirá que “é melhor os senhores resolverem o problema político do país de vocês antes de quererem tratar de questões comerciais”.
O jornalista também acusou dois ex-ministros de Bolsonaro de traição. “Tereza Cristina e Marcos Pontes, pra mim, neste momento, são dois traidores da pátria”, afirmou. Figueiredo ainda sugeriu que Eduardo emitisse uma nota pública em que desautorizasse os senadores a falarem em nome do ex-presidente, o que foi atendido.
Créditos: Revista Oeste
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