Delação de Cid aponta que Michelle e Eduardo incentivaram Bolsonaro a dar golpe
- Jason Lagos
- 26 de jan.
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Atualmente cotados para se candidatar à Presidência da República, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tentaram convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a dar um golpe de estado no fim de 2022. Foi o que disse o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, em delação à Polícia Federal em agosto de 2023. A íntegra do documento foi obtida pelo jornalista Elio Gaspari dos jornais O Globo e Folha de S. Paulo neste domingo (26).
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o que chamou de “vazamentos seletivos” na divulgação do primeiro depoimento da colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
“A defesa do Presidente Bolsonaro, tendo tomado conhecimento da divulgação de trechos da colaboração premiada do Ten Cel Art Mauro Cid, manifesta sua indignação diante de novos ‘vazamentos seletivos’, assim como seu inconformismo diante do fato, enquanto lhe é sonegado acesso legal à integralidade da referida colaboração”, diz nota.
Segundo a colaboração de Cid, depois de perder as eleições em outubro de 2022, Bolsonaro passou a receber aliados no Palácio da Alvorada. Dentre eles, havia 3 grupos distintos: os dois primeiros eram contra um golpe e o terceiro era “mais radical”. Era nesse grupo que estariam os dois.
O ex-ajudante de ordens afirmou que o grupo defendia que Bolsonaro assinasse um decreto de ruptura democrática com uso de armas. Eles acreditavam que o presidente teria apoio popular e dos CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores) e que o artigo 142 fundamentaria o golpe.
Cid também citou como parte desse grupo os nomes de Felipe Martins (ex-assessor internacional), que teria ajudado a conseguir fundamentação jurídica para o golpe; e o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS).
Segundo Cid, a posição de Bolsonaro era de contestação do resultado das urnas. Ele dizia acreditar que havia fraude na eleição de Lula e que queria provar sua teoria. Se isso não fosse possível, tentaria convencer as Forças Armadas a embarcar em um golpe.
Mauro Cid disse ainda que naquele momento, em novembro de 2022, o então presidente manifestou interesse em pressionar as Forças Armadas para “saber o que estavam achando da conjuntura”.
No período em que as reuniões teriam ocorrido, Bolsonaro estava em silêncio sobre o resultado das eleições, que deram a vitória a Lula no segundo turno, em 30 de outubro. Ele ficou sem fazer qualquer declaração pública até 9 de dezembro, quando encontrou apoiadores na porta do Alvorada e disse que as Forças Armadas eram "o último obstáculo para o socialismo".
Créditos: Correio Braziliense e CNN Brasil




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