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Cracolândia vira barril de pólvora com morte, protestos e brigas entre lojistas e usuários

  • Foto do escritor: Jason Lagos
    Jason Lagos
  • 16 de ago. de 2023
  • 3 min de leitura

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A indefinição sobre um local para a cracolândia se fixar tem transformado a região da Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, em um barril de pólvora. Cada migração do fluxo, como é chamada a concentração de usuários, aumenta a tensão na região.


Na terça-feira (15), foram registrados diversos focos de violência em quatro quadras, entre a rua dos Protestantes e a avenida Rio Branco.


A ocorrência mais grave resultou na morte de João da Silva Sousa, 54, assassinado com um golpe de arma branca na lateral esquerda do tórax. O porteiro foi atingido no largo General Osório, por volta das 18h20, enquanto seguia para o trabalho.


Testemunhas relataram a guardas-civis metropolitanos que a vítima foi atacada por um ladrão que aparentava ser morador de rua e usuário de drogas. A abordagem ocorreu a poucos passos do fluxo, na rua dos Protestantes.


A intenção do bandido seria tomar a mochila da vítima, que resistiu. O criminoso, então, teria golpeado Sousa. A arma não foi encontrada.


A mochila foi levada, e a carteira e o celular do porteiro ficaram no local.


Cerca de 30 minutos antes do ataque contra Sousa, lojistas da rua Santa Ifigênia e dependentes químicos se envolveram em uma confusão no cruzamento da via com a rua dos Gusmões.


Durante a tarde, um grupo de lojistas montou um bloqueio na Santa Ifigênia para tentar impedir que os usuários de drogas voltassem a ocupar o trecho no entorno dos comércios.


No bloqueio, os comerciantes usaram grades de proteção que já estavam na rua. A ação, segundo eles, tinha como objetivo evitar que os usuários de drogas voltassem a se aglomerar na rua dos Gusmões, entre a avenida Rio Branco e a rua Santa Ifigênia.


Os dependentes estavam até o último sábado (12) nesse ponto, de onde saíram rumo à rua dos Protestantes.


Durante a ação, um comerciante sofreu um corte na cabeça após ser atingido por um caixote de madeira jogado por um dependente químico.


"Tem um mês que não entra um cliente na loja. Estou desesperado, sem ter o que fazer. Estou quebrado. Minha moto está com sete parcelas atrasadas. Minha esposa pediu para comprar banana para meu filho de dois anos e não tenho dinheiro para comprar", relata Ede Carlos, 44, proprietário de um comércio na região.


Carlos, que atua na Santa Ifigênia há 30 anos, mostrou a tela de sua conta em um banco em que foi possível visualizar apenas R$ 6.


A ação dos comerciantes, no entanto, não impediu que os usuários retornassem para a onde havia sido barrados momentos antes. Por volta das 19 horas, quando já não havia mais lojistas no local, eles acessaram a rua e voltaram a tomar a Gusmões entre a avenida Rio Branco e a rua Santa Ifigênia.


A permanência do grupo durou cerca de três horas. Às 22 horas, um trio de guardas-civis usando capacetes desceu de um veículo parado na esquina da Gusmões com a rua Guaianases e correu em direção aos dependentes químicos, atirando bombas e disparando tiros de bala de borracha.


Ao menos quatro pessoas, sendo três mulheres e um homem, ficaram feridas por estilhaços de bombas e disparos de balas de borracha. Os usuários correram e se dispersaram por ruas de Santa Ifigênia e Campos Elíseos.


Na tarde desta quarta-feira (16), os usuários já estavam novamente na rua dos Protestantes. Eles, entretanto, passaram a se deslocar novamente pela rua dos Gusmões no início da noite, concretizando mais um dia sem uma definição de onde o fluxo deve ficar.


Créditos: Folha de São Paulo

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