CPI da Reforma da Câmara será o primeiro desafio do grupo Verde no terreno da ética pública
- Jason Lagos
- 1 de mai. de 2023
- 2 min de leitura

Com o apoio unânime dos sete vereadores da situação, a futura CPI da Reforma da Câmara, proposta pelo vereador Carlinhos da Cohab, será um teste de fogo no campo da ética pública para o grupo Verde, ao qual pertence o ex-presidente da Casa Dr. José Vieira de Araújo, Capilé da Palestina.
Com origem política no grupo Taboquinha, pelo qual conquistou a primeira eleição no ano de 2016, Capilé afastou-se dos vermelhos no ano de 2018, após a eleição do vereador Augusto Maia como presidente da Câmara, ao invés de Helinho Aragão.
Nas semanas que antecederam a eleição de Augusto Maia, houve um acordo fechado por José Augusto Maia com o então prefeito Edson Vieira, com o conhecimento e consentimento de Capilé, Helinho Aragão e Augusto Maia, que previa Helinho Aragão como candidato a presidente.
Tanto Capilé como Helinho haviam apoiado a candidatura de Tallys Maia a deputado estadual, juntamente com Augusto Maia. Os demais vereadores taboquinhas, liderados por Fernando Aragão, à exceção de Ernesto Maia, apoiaram Diogo Moraes, que havia acabado de romper politicamente com Edson Vieira.
Desgostosos com o desenlace da eleição na Câmara, Helinho Aragão e Capilé romperam com José Augusto Maia. Enquanto Helinho se recompôs mais adiante com Zé Augusto, tendo sido lançado pré-candidato a prefeito para a eleição de 2020, insurgindo-se contra a candidatura considerada natural de Fernando Aragão, Capilé aproximou-se do grupo Verde, que estava ainda em formação.
Liderado por Allan Carneiro, o grupo Verde colocou-se, na eleição de 2020, como antagônico aos dois grupos históricos da política santa-cruzense: Boca-Preta e Taboquinha, especialmente nos terrenos da ética e da eficiência administrativa.
Derrotado por apenas 300 votos por Fábio Aragão, Allan conseguiu eleger, no entanto, uma robusta bancada parlamentar, formada por cinco vereadores, incluindo Capilé, que governou a Câmara no biênio 2021-2022.
Com a saída, para o grupo Taboquinha, dos vereadores irmão Soares e Emanuel Ramos, este último também por descontentamento com uma eleição para a presidência da Câmara, o grupo Verde conta apenas com três vereadores, sendo hoje a menor bancada dentre os grupos políticos locais.
A futura instalação da CPI para apurar um possível superfaturamento na reforma da Câmara representará um desafio importante para o grupo Verde, especialmente para o seu líder Allan Carneiro, que não poderá abandonar um aliado precocemente (Capilé) e nem continuar a apoiá-lo, caso as suspeitas de superfaturamento sejam confirmadas pela investigação.
Embora seja a gestão de Capilé como presidente da Câmara que estará sob investigação, o vereador Carlinhos da Cohab tem procurado responsabilizar todo o grupo Verde pela situação, na tentativa de enfraquecer antecipadamente o discurso de ética que certamente será utilizado na eleição de 2024 pelos "Carneirinhos".




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