Centrão quer chapa presidencial com Tarcísio na cabeça e sem um Bolsonaro na vice
- Jason Lagos
- 30 de jun.
- 2 min de leitura

Mesmo sem um aceno favorável do ex-presidente Jair Bolsonaro, partidos do Centrão começam a se movimentar para construir uma candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e cobiçam indicar um nome para vice-presidente na chapa.
Siglas como o PP e o União Brasil, que anunciaram uma federação, já pressionam internamente para que o assunto saia do círculo de conversas reservadas e seja tratado publicamente.
No caso do PP, entre os nomes apontados como opções estão o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), e a senadora Tereza Cristina (MS), que chegou a ser cotada para ser vice de Bolsonaro em 2022, mas foi preterida em favor do general Braga Netto.
Já no União não há favoritos, mas a legenda avalia que, pelo seu tamanho, não é possível que a sigla seja ignorada em uma chapa presidencial.
Os acenos a Tarcísio também têm sido intensificados pelo Republicanos, MDB e PSD. Estes dois últimos principalmente pelo interesse em herdar o governo de São Paulo. Por outro lado, as movimentações dos partidos têm desagradado a aliados de Jair Bolsonaro. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, já criticou indiretamente Tarcísio e o classificou como “direita permitida”.
Um dos escalados para tentar construir uma unidade dos partidos para 2026 é o ex-presidente Michel Temer. O emedebista já procurou todos os que mostraram interesse em disputar o Palácio do Planalto, inclusive Tarcísio, e provocou insatisfação no bolsonarismo por falar que a candidatura presidencial poderia ser construída sem a participação de Bolsonaro.
Apesar disso, o atrito não foi o suficiente para romper a relação entre Temer e Bolsonaro. Ambos chegaram a conversar recentemente, ocasião em que o emedebista influenciou o tom que Bolsonaro usou durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal sobre a trama golpista.
Bolsonaro tem insistido em dizer que é candidato mesmo inelegível e resiste a apoiar alguém.
Desconfiado dos partidos e sem querer perder o controle sobre o futuro da direita e da oposição a Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente avalia insistir em se lançar candidato e, caso seja barrado, apresentar o nome de Eduardo, do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ou da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os nomes de Eduardo, Flávio e Michelle já são testados em pesquisas.
Jair Bolsonaro disse, em ato na avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (29), que nem precisa ser presidente, mas pediu aos apoiadores que deem 50% da Câmara e do Senado à direita nas eleições de 2026 para “mudar o Brasil”.
Segundo o ex-presidente, se a direita quer que o time seja campeão, é preciso “investir” e entender que “as coisas não acontecem de uma hora para outra”.
“Não interessa onde eu esteja, não interessa a covardia que, porventura, façam comigo. O objetivo final não é prender, é eliminar”, acrescentou.
Créditos: O Globo e Poder360




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