Cearenses pedem a cabeça de Danilo Cabral por defender Transnordestina para Pernambuco
- Jason Lagos
- 1 de ago.
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Mesmo tendo garantido que a totalidade do orçamento do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) seja destinado, até 2026, à implantação da Ferrovia Transnordestina no trecho que atende ao Ceará, o titular da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Danilo Cabral, está com as malas prontas para deixar o cargo a pedido de políticos cearenses.
As recentes movimentações do superintendente da Sudene em defesa do ramal da ferrovia no Estado de Pernambuco, provocaram reação dos cearenses. O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT) pediu a cabeça de Danilo Cabral ao ministro Rui Costa (da Casa Civil de Lula).
O ex-governador baiano Rui Costa levou o assunto à consideração do presidente Lula. De acordo com informações extra-oficiais, o presidente foi favorável à troca de comando na Sudene.
Apesar de ter tentado o governo do Estado contra Raquel Lyra pelo PSB, Danilo Cabral assumiu a Sudene em uma articulação feita pelo senador Humberto Costa. Na mesma época, depois de deixar o governo do Estado, Paulo Câmara assumiu o comando do BNB, na gestão do PT. O BNB é outro forte instrumento de nanciamento dos cearenses e da obra ferroviária.
Elmano já armou publicamente, em evento da própria Transnordestina, em Quixeramobim, no início de julho, que os pernambucanos criavam diculdades para a obra. Na agenda do presidente Lula a Missão Velha, há duas semanas, o assunto foi tema de conversas na presença de ministros e de representantes da TLSA, empresa privada do Grupo CSN, responsável pela construção e operação da Ferrovia Transnordestina.
Durante a visita do presidente Lula (PT) a Pecém, no dia 20 de julho, Elmano de Freitas criticou, em discurso, o que ele chamou de “falta de agilidade por parte da Sudene em liberar os recursos”. As críticas ao órgão e, em especial, ao superintendente Danilo Cabral foram corroboradas pelo presidente da TLSA, Tufi Daher Filho, e levadas a Lula também por Rui Costa.
Apesar do pano de fundo da saída de Danilo da Sudene ser a Transnordestina, nos bastidores se fala também que a pressão do Ceará vem a atender uma demanda antiga do estado vizinho: ter um cearense no comando dos recursos do FDNE e, principalmente, do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que tem um orçamento de R$ 47 bilhões para esse ano.
O FNE tem suas diretrizes estabelecidas pela Sudene e é operado pelo Banco do Nordeste (BNB), presidido pelo pernambucano e ex-governador Paulo Câmara. Tradicionalmente, o cargo era ocupado por um cearense. Por isso, a escolha de Câmara não foi bem recebida quando da indicação, em 2023. Com a Sudene nas mãos, os cearenses conseguiriam, enfim, ter algum controle sobre o fundo.
Créditos: jamildo.com e Blog Dantas Barreto
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