Bolsonaro é recebido com festa na feira de agronegócio de Ribeirão Preto, a Agrishow

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) chegou na manhã desta segunda-feira, 1º de maio, à principal feira de tecnologia agrícola do País, a Agrishow, realizada em Ribeirão Preto (SP). Bolsonaro entrou no evento acompanhado do governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), que entregou títulos de revitalização fundiária, tratores e assinou títulos de assentamento estadual.

Em clima de eleição, vestidos de verde e amarelo e camisas da seleção brasileira, o público entoou o clássico “mito” e atacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com gritos de “ladrão”.

A Agrishow é um reduto eleitoral do ex-presidente, que ainda mantém fortes ligações com o setor. Ele aproveitou a passagem pelo evento para acenar com o agro dizendo que o setor precisa de políticos que não atrapalhem o setor como fez "ao longo do seu mandato, com seus ministros" e criticou o presidente Lula por assinar a demarcação de terras indígenas.

Além de provocar o desconforto com o governo federal, a presença de Bolsonaro também causou confusão no trânsito em Ribeirão Preto. Com filas quilométricas, os acessos da maior feira de tecnologia da América Latina, a Agrishow, estiveram congestionados na manhã da segunda-feira.

Por volta das 11 horas da manhã, o comboio que levava o ex-presidente Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, usou o acostamento da rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira para cortar o trânsito e chegar na feira.

Por ser em um feriado, o primeiro dia da feira costuma ter um fluxo mais intenso de pessoas. Contudo, a presença do ex-presidente aumentou ainda mais o público. Um trajeto de quatro quilômetros, que costuma ser feito em 20 minutos, estava demorando duas horas.

Na estrada, grupos de produtores rurais e de funcionários dos estantes deixavam os táxis e carros de aplicativo para percorrer o trecho restante a pé, em um sol de 29 graus ao meio dia.

A presença de Bolsonaro no evento foi motivo de atrito entre a organização da feira e membros do governo federal. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a organização do evento sugeriu a ele que fosse apenas no segundo dia do evento, para evitar constrangimentos diante da presença de Bolsonaro na abertura.

O gesto foi recebido no Palácio do Planalto como uma "descortesia" e como demonstração de uma priorização do ex-presidente. Tradicionalmente, a feira recebia autoridades oficiais do governo na abertura.

Créditos: Estadão e Estado de Minas