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Bolsonaro reduz aposta em Tarcísio para 2026, dizem fontes

  • Foto do escritor: Jason Lagos
    Jason Lagos
  • 9 de ago.
  • 3 min de leitura
Tarcísio de Freitas foi ministro da Infraestrutura no governo BolsonaroT
Tarcísio de Freitas foi ministro da Infraestrutura no governo BolsonaroT

Jair Bolsonaro está cada vez menos propenso a apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como candidato à presidência nas eleições do próximo ano, segundo aliados do ex-presidente. A mudança representa um revés para investidores que veem o governador como o adversário ideal para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Bolsonaro, que está impedido de concorrer na eleição de outubro de 2026, parece inclinado, em vez disso, a eventualmente transferir seu apoio para um membro de sua família, disseram as fontes, sob condição de anonimato para evitar desgastes com o ex-presidente.


Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro, tornou-se o favorito da elite empresarial brasileira em busca de uma alternativa ao estilo mais gastador de Lula, graças a seu perfil mais técnico e políticas simpáticas ao mercado.


A especulação em torno de sua candidatura aumentou à medida que ele tenta conquistar investidores e, ao mesmo tempo, manter o apoio da base bolsonarista mais radical — embora negue estar considerando uma candidatura.


Mas pessoas próximas a Tarcísio e Bolsonaro reconhecem que o governador sabe que precisa do apoio do ex-presidente para lançar uma candidatura competitiva contra Lula. Como Bolsonaro está focado no próprio futuro — um julgamento iminente por tentativa de golpe pode levá-lo à prisão —, o apoio a Tarcísio parece cada vez mais distante.


Pela legislação eleitoral, Tarcísio precisa deixar o cargo até abril de 2026 para disputar a residência, o que pressiona Bolsonaro a decidir ainda este ano quem irá apoiar.


Bolsonaro e seus aliados mais próximos, no entanto, continuam afirmando que ele disputará novamente no ano que vem, apesar dos problemas legais e da inelegibilidade.


A decisão do ex-presidente Donald Trump de intervir no caso alterou os cálculos de Bolsonaro. As ações de Trump para impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sanções dos EUA ao juiz responsável pelo caso da tentativa de golpe aumentaram a confiança de Bolsonaro de que conseguirá escapar da prisão e reverter a inelegibilidade, segundo aliados.


Esse cenário também projetou ainda mais a família Bolsonaro no centro das atenções, enquanto coloca Tarcísio em uma posição desconfortável entre aliados políticos e os empresários paulistas que devem arcar com os custos das tarifas.


Um dos filhos de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro, se licenciou da Câmara em março e se mudou para os Estados Unidos. Ele demonstra interesse em disputar a presidência caso o pai não possa, e já criticou publicamente Tarcísio por tentar manter diálogo com autoridades americanas sobre as tarifas sem sua participação.


Outro filho, o senador Flávio Bolsonaro, tem tido papel mais ativo na defesa do pai participando de manifestações e concedendo entrevistas frequentes em que acusa o Judiciário de travar uma guerra contra a direita brasileira.


A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, por sua vez, mantém laços fortes com comunidades evangélicas e tem buscado ampliar sua influência política antes da corrida eleitoral de 2026.


“Na direita, dos nomes postos, o que parece é que Bolsonaro tende a escolher um dos filhos”, disse Silvio Cascione, analista sênior do Eurasia Group.


Tarcísio foi criticado por figuras proeminentes da direita no último fim de semana após realizar procedimento médico em São Paulo em vez de comparecer a manifestações pró-Bolsonaro. Em uma tentativa de demonstrar apoio, Tarcísio visitou Bolsonaro, que está atualmente em prisão domiciliar, em Brasília, na quinta-feira.


Tarcísio é considerado um candidato quase garantido a um segundo mandato como governador de São Paulo, o que pode impulsioná-lo para a reeleição, que ele insiste publicamente ser seu foco.


Esse cenário, aliás, é cada vez mais atraente para Bolsonaro, que vê como preferível manter um aliado à frente do estado mais rico e populoso do Brasil, segundo uma fonte próxima da família.



Créditos: Boomblerg

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