Bolsonaristas reconhecem desgaste com tarifa de Trump e culpam Lula pela situação

A decisão é vista como uma tentativa de Trump de defender o ex-presidente Jair Bolsonaro

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reconhecem um desgaste político após a imposição de uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A decisão é vista como uma tentativa de Trump de defender Bolsonaro, que é mencionado diretamente em sua carta.

Os bolsonaristas atribuem a responsabilidade pela medida ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), argumentando que a falta de diplomacia do atual governo resultou na crise. A narrativa é reforçada por declarações de parlamentares que afirmam que a tarifa é uma resposta à postura de Lula na cúpula dos Brics, onde ele defendeu uma nova moeda de comércio internacional.

Bolsonaro, que se recupera de uma esofagite, não comentou diretamente a sobretaxa. Em suas redes sociais, ele se concentrou em alegações de perseguição judicial, enquanto seus aliados tentam distanciar sua imagem da crise econômica.

O deputado Filipe Barros (PL-PR) afirmou que a culpa pela tarifa é exclusivamente de Lula, citando a censura e o alinhamento do Brasil com países considerados hostis pelos EUA.

A esquerda reagiu criticamente, chamando os bolsonaristas de "vira-latas" e defendendo a soberania nacional. A ministra Gleisi Hoffmann (PT) associou a decisão de Trump a Bolsonaro, afirmando que a subserviência do ex-presidente aos EUA está custando caro ao Brasil.

Parlamentares do PL, como Hamilton Mourão (Republicanos-RS), também criticaram a diplomacia do governo Lula, atribuindo a sobretaxa aos "sucessivos fiascos" da atual administração. Enquanto isso, a narrativa de que a tarifa é uma consequência da falta de habilidade diplomática de Lula continua a ser amplamente divulgada nas redes sociais e no plenário da Câmara.

A situação gera incertezas sobre as consequências econômicas e políticas para o Brasil, enquanto os bolsonaristas tentam reverter a narrativa do governo e blindar Bolsonaro da crise.

Créditos: Folha SP