Após ação da PF, Lula decide manter Juscelino Filho como ministro das Comunicações
- Jason Lagos
- 3 de set. de 2023
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Envolto em uma negociação de abertura de espaço para o Centrão na Esplanada dos Ministérios, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até o momento, tem ignorado as acusações que cercam o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
Não está no radar do presidente "fritar" o ministro, mesmo após a operação da Polícia Federal da última sexta-feira, que alcançou em cheio seu auxiliar.
Juscelino teve seus bens bloqueados pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele e outros novos suspeitos. A irmã do ministro, a prefeita Luanna Resende, de Vitorino Freire (MA), foi afastada do cargo.
A investigação da PF trata de emendas do ministro, quando estava no seu mandato, na Câmara. Ele é deputado federal pelo União Brasil, reeleito pelo Maranhão. Recursos dessas emendas de Juscelino financiaram obras da empresa Contruservice, contratada pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), concluiu a investigação. Barroso negou pedido da PF de busca e apreensão contra o ministro.
Este não é o primeiro episódio negativo que o ministro protagoniza no governo. Ele já foi alvo da acusação de usar avião da FAB para compromissos particulares em São Paulo, onde participou de um leilão de cavalo. Lula o segurou no cargo, após pressão do Centrão e de seu partido.
O presidente não o conhecia até anunciá-lo como ministro das Comunicações, ainda na transição, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), no fim de dezembro, e precisou ler seu nome num papel.
Lula está preocupado neste momento em fechar a costura que vai levar representantes do Republicanos e do PP para seu ministério. Os nomes já foram até anunciados pelo ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, e os contemplados com as pastas são os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). Falta definir que áreas assumirão.
Outro fator que irá manter Juscelino no cargo, por enquanto, é a intrincada relação de Lula com o líder do União, o deputado Elmar Nascimento (BA), que já deu declarações de não ter como ser da base do governo e que deputado quer mesmo é emenda liberada.
Nas votações na Câmara, o Palácio do Planalto tem conquistado, a muito custo, o apoio do União e não quer problemas com Elmar, que é muito ligado a Arthur Lira (PP-AL).
Após a operação da PF, o líder do União divulgou nota em apoio a Juscelino, o que soou como um recado ao Planalto para não mexerem com seu aliado no ministério. Elmar afirmou que o ministro tem sido "alvo de ataques" desde que assumiu o cargo no governo.
Créditos Correio Braziliense




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