top of page

Advogado diz que tentativa de Alexandre de Moraes de calar a defesa não será admitida

  • Foto do escritor: Jason Lagos
    Jason Lagos
  • 20 de jun.
  • 2 min de leitura
Luiz Eduardo de Almeida Kuntz é alvo de inquérito da PF por suposta obstrução de investigação
Luiz Eduardo de Almeida Kuntz é alvo de inquérito da PF por suposta obstrução de investigação

A Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB em São Paulo escalou o advogado Renato Marques Martins para defender o criminalista Luiz Eduardo de Almeida Kuntz, alvo de inquérito da Polícia Federal por suposta obstrução de investigação do plano de golpe. O inquérito foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.


"A instauração de uma investigação contra um advogado que nada mais fez do que bem e devidamente exercer a defesa do seu cliente, verificando se as acusações contra aquele eram verdadeira ou falsas, representa uma tentativa de calar a defesa que não deve ser, e não será, admitida em uma sociedade democrática", disse Renato Martins, mestre em Direito penal pela USP.


Nesta quarta, 18, o ministro mandou prender o coronel Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro e denunciado como integrante do núcleo de militares do plano golpe.


O advogado de Câmara é o criminalista Kuntz. Ele entregou ao STF, no início da semana, mensagens que afirma ter trocado com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid - delator do plano de golpe -, por meio de um perfil no Instagram, 'Gabriela' (@gabrielar702).


Ao levar as conversas ao Supremo Tribunal Federal, Kuntz pediu a anulação da delação do tenente-coronel.


Para Alexandre de Moraes, o coronel, por meio de seu advogado, tentou obter informações sigilosas sobre a delação premiada de Mauro Cid, o que segundo o ministro pode caracterizar crime de obstrução de investigação.


Câmara foi preso na quarta-feira, 18, e levado para o Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília.


Moraes também afirma que Marcelo Câmara descumpriu a decisão que o proibiu de usar redes sociais 'próprias ou por terceira pessoa' e de manter contato com outros investigados, 'inclusive por intermédio de terceiros'.


O ministro afirma em sua decisão que Kuntz 'transbordou ilicitamente das obrigações legais de advogado'. Um inquérito autônomo foi aberto para investigar tanto o criminalista como o coronel Câmara.


A OAB em São Paulo reagiu imediatamente à ofensiva de Moraes. A Comissão de Direitos e Prerrogativas da entidade chamou o advogado Renato Marques Martins para defender Kuntz.


Em nota, Martins classificou de 'abusiva' a determinação do ministro do Supremo. Ele afirma que Eduardo Kuntz foi procurado 'pelo sr. Mauro Cid'.


"(Eduardo Kuntz) exerceu seu dever de verificar se a delação (de Mauro Cid) foi ou não espontânea, ou se houve algum tipo de coação ou pressão para que ele acusasse terceiros falsamente, o que, pelo que consta das mensagens enviadas pelo sr. Mauro Cid, infelizmente ocorreu", sustenta Renato Marques Martins.



Créditos: Estadão

Comentários


81 9.9937-2020

  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn

©2023 por Blog do Jason Lagos. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page