Acordo entre Raquel e PSD indica que a governadora decidiu agir politicamente de forma mais incisiva
- Jason Lagos
- 13 de ago. de 2023
- 2 min de leitura

Avessa aos entendimentos políticos nos primeiros seis meses de mandato, a governadora Raquel Lyra resolveu colocar a mão na massa. Ela praticamente fechou um acordo com o PSD, partido que, no Estado, é comandado pelo ministro da pesca e aquicultura, André de Paula, que deverá abandonar a aliança atual com o prefeito João Campos.
No momento, além do PSD, mais dois partidos estão com um pé na Prefeitura do Recife e outro no Palácio das Princesas: o União Brasil e o MDB. Um deles, o MDB, coincidentemente, anunciou na sexta-feira (11), por meio do senador Fernando Dueire, que pensa em lançar candidato a prefeito da capital em 2024. Isso tiraria minutos preciosos do guia eleitoral do atual prefeito ano que vem.
O União Brasil no Recife é comandado pelo deputado federal Mendonça Filho, aliado de Raquel, com mandato de três anos confirmado pelo Tribunal de Justiça. Ou seja, na eleição da capital do Estado o partido deverá apoiar um candidato de oposição a João Campos.
A vinda do PSD para o lado de Raquel já provocou a decisão do prefeito de Olinda, Professor Lupércio, de se filiar ao partido, para onde deve ir sua candidata a prefeita, Mirella Almeida.
Pelo acordo fechado com o presidente nacional Gilberto Kassab e André de Paula, Raquel teria se comprometido a reforçar a legenda para disputa de 2024 nos municípios. É justamente a eleição do próximo ano o principal obstáculo para o PSB, via prefeito João Campos, conseguir manter partidos que são seus aliados até agora.
O presidente de um dos partidos da base governista definiu esta semana o dilema posto na mesa: “Não tem chance de meu partido apoiar o prefeito. Quem vai me ajudar a eleger prefeitos no interior não é a Prefeitura do Recife, mas o Governo do Estado. E assim devem pensar todos os partidos e os deputados com base interiorana”.
A aproximação política de Raquel Lyra com o PSD, visando 2024, surpreendeu a todos e foi motivo das rodas de conversa na Assembleia Legislativa esta semana. Até então se discutia que adversário João Campos iria enfrentar no Recife, com a governadora não dispondo de candidato de peso na disputa, já que a vice governadora teria deixado claro não desejar participar do pleito e o secretário Daniel Coelho não tinha sido confirmado.
A grande aliança que vinha sendo formada por João Campos lhe garantiria mais de 70% do tempo de televisão, desfavorecendo fortemente um nome de oposição. A conversa mudou. Todos continuam achando Campos favorito, mas ressaltam que é preciso esperar os novos passos de Raquel. Se a governadora continuar a tirar partidos do palanque do PSB vai criar outro obstáculo para o prefeito: ele vai ficar na dependência total do PT, que deseja indicar um vice ligado ao senador Humberto Costa para que, caso João deixe a Prefeitura depois de eleito para disputar o Governo, os petistas assumam o comando do Recife.
O PT está convencido de que precisa aproveitar esse terceiro mandato do atual presidente da República para assumir protagonismo na política estadual, no momento em que o PSB enfrenta dificuldades.
Créditos: Blog Dellas




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